domingo, 16 de agosto de 2009

Profissionais baianos adotam rede `Jornalista, só com diploma!´


Os profissionais baianos estão bem representados na rede social Jornalista, só com diploma! Dos cerca de 1.600 integrantes, aproximadamente 250 são da Bahia. E elogios não faltam à iniciativa, conforme depoimentos abaixo. A rede foi criada, no dia 7 de abril deste ano, pela jornalista Adriana Santiago (foto acima), de Fortaleza (Ce), diante das inúmeras manifestações endereçadas ao site da Fenaj, muitas vezes reduzidas e de difícil visualização.

O número de adesões se multiplicou depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 17 junho, aboliu o diploma para o exercício profissional. "Esta rede social é colaborativa, onde todos podem acrescentar notas para o blog, fotos, discussão nos fóruns, vídeos e falarem entre si", explica a criadora do site. As constribuições já significam mais de 270 textos postados, 550 fotos de manifestações e atos, 28 vídeos, 32 discussões, além de comentários de blogs pessoais.

Adrianna Santiago observa que a rede se transformou num excelente mecanismo de encontros e até mesmo de contatos de trabalho e outras possibilidades. "Até para paquera, vi que foi utilizada", exemplifica. Ela e sete voluntários fazem a mediação dos posts, pois não existe qualquer possibilidade técnica de edição do que é postado. A responsabilidade total, portanto, é do membro da rede.

Aos mediadores cabe apenas aprovar ou excluir para evitar palavras de baixo calão, ofensas gratuitas, publicidade, spam e lixo eletrônico. "Também conversamos com os membros da rede para o direcionamento da defesa do diploma, para que não caiam na tentação de usar para outros fins, inclusive comerciais, como assessoria de imprensa ou divulgação de eventos não relacionados com o tema da rede, pontua.

De acordo com a jornalista cearense, o desafio agora é transformar a mobilização on-line em mobilização efetiva, real, física, dos profissionais brasileiros. Até agora, a campanha destinada a recolher assinaturas para a Frente Parlamentar foi efetivamente abraçada pela rede. Segundo Adriana, a intenção não é forçar vocações deste espaço. "Proponho algumas ações, como a Marcha dos 5 mil a Brasília, ou a campanha fast-food, Lace seu deputado para as adesões à Frente... "

Depoimentos

Mônica Bichara
"A adesão à rede Jornalistas, só com diploma! é importante porque facilita a mobilização da categoria, tanto no plano regional quanto nacional. Para uma categoria desmobilizada como a nossa, que se empenha em denunciar os problemas e divulgar as atividades de todas as outras, mas esquece que também é uma classe trabalhadora, esse clima/espaço de encontros e reencontros ajuda a manter acesa a luta. Espero que essa decisão arbitrária do STF de acabar com a exigência do diploma sirva pelo menos para nos unir, ainda que à base de tratamento de choque".

Alzira
Costa
“A rede foi criada num momento muito oportuno. Particularmente, sentia a falta de um espaço onde pudesse dialogar com os colegas, sobre a nossa profissão. Decidi morar e trabalhar no interior há quase duas décadas. Ao longo desses anos, venho enfrentando alguns problemas, sobretudo pelo fato de ser jornalista formada e com diploma. O interior é cheio de ‘comunicadores’ que não gostam de jornalistas. Enfrentei muitas perseguições por ser formada em Jornalismo. Tenho sobrevivido e tenho muito orgulho da minha profissão. Mesmo morando no interior, sempre fiz questão de manter contatos com alguns colegas. Sempre defendi a exigência do diploma para o exercício da profissão. A rede veio fortalecer nossa luta e também promover reencontros com pessoas bacanas, importantes em nossas vidas, além de resgatar boas lembranças."

Isabel Santos

"É com muita satisfação e sem qualquer tipo de receio, além de acreditar na vitória, que pretendo continuar participando das iniciativas a favor do diploma de jornalista e das manifestações de repúdio à atitude do SFT. Todos nós, diplomados, não fomos à universidade/faculdade brincar de estudar... Cada um sabe o esforço (para muitos um esforço desmedido, principalmente os que vieram do interior) que fez para estar ali. Ninguém foi buscar um pedaço de papel e sim conhecimento amplo para se tornar um cidadão crítico, capacitado para atuar com ética, segurança... Portanto, precisamos exigir respeito ao nosso caminhar, às pessoas que nos ajudaram na concretização de um sonho. A união dos jornalistas nesse momento é a palavra chave.Vamos mostrar a nossa cara, lutar e dizer o diploma é meu, ninguém tira."

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