sexta-feira, 3 de julho de 2009

Concurso da Finep destina vaga de jornalista para qualquer profissional

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) extinguindo o diploma já teve impacto na realização do concurso público da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. No edital era exigido o diploma de jornalista para o cargo de Analista – Área de Informação e Informática/Subárea Comunicação Social, que na prática se resume à Assessoria de Comunicação Social. A instituição mudou o edital e agora exige graduação em qualquer curso.

O Portal Imprensa divulgou nesta sexta (dia 3) a notícia. No site institucional, a Finep informa a abertura de novo prazo de inscrição para adequar o processo seletivo à nova determinação. O objetivo do concurso público é formar cadastro de reserva para os cargos de Analista (nível superior) e de Técnico (nível médio). As inscrições, que seriam encerradas em junho, agora podem ser feitas no período de 5 a 14 de julho.

Com remuneração de R$ 4.834,08, o profissional concursado tem pela frente as seguintes tarefas segundo o edital: recolher, redigir e registrar informações; interpretar e organizar informações e notícias, expondo, analisando e comentando os acontecimentos; selecionar, revisar e preparar matérias jornalísticas para divulgação em jornais, revistas, televisão, rádio, Internet, assessorias de imprensa e quaisquer outros meios de comunicação com o público.

Na teoria tudo isso pode parecer simples, ao ponto de confundir pessoas como os ministros do STF, que em princípio deveriam conhecer as habilidades inerentes ao trabalho jornalístico . Nenhum bacharel em Direito, engenheiro, contabilista, arquiteto, assistente social, administrador, economista vão saber realizar, por exemplo, as atividades descritas no edital da Finep. No entanto eles podem disputar a vaga.


2 comentários:

  1. Graça,

    Não sou Jornaista sou pedagoga, mas mesmo como tal, eu ganhei a carteirinha de Jornalista que me foi oferecida por um Jornal de SP para o qual eu escrevia textos diversos.
    Em meu precer penso que todo jornalista deve ser ecletico, dinâmico, ser comptente e ter certez a sobre o que escreve.
    Portanto um diploma especifico não vem ao caso, pois um medico, pode ser competente em sua area e desenvolver grandes artigos sobre a sua prática. Agora, se o Jornalismo for o da TV, ai o caso é diferente...
    bjs

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  2. Prezada Doroni,

    Primeiro, obrigada pelo comentário. Agora, peço um pouquinho de paciência por me alongar um pouco neste comentário. É o seguinte: Os jornais sempre deram espaço, em suas redações, a jornalistas não diplomados - exemplo de Boris Casoy - e a profissionais de outras áreas em artigos, colunas, opinião. Por isso é incompreensível a decisão do STF.

    O texto, nos gêneros particulares do jornalismo (notícia, reportagem, ping-pong, entre outros), exige técnica própria para redação. Além disso é preciso apurar, editar, titular. Médicos, arquitetos, advogados não são preparados para fazer isso mesmo que escrevam bem. Já vi muitos textos ricos em informações com a notícia principal no último parágrafo.

    Tenho ampla vivência em jornais de Salvador. E via artigos, colunas e opiniões, assinados por especialistas de outras áreas, que precusavam ser revisados por jornalistas antes de serem publicados. Agora, só mais uma informação: o Brasil tem cerca de 8 mil jornalistas não diplomados. Os diplomados somam mais de 80 mil. O STF confundiu liberdade de expressão com a prática jornalista. Por isso, repetindo o jornalista baiano Davi Oliveira, "Acima o Diploma"!!!

    Abraços,
    Graça

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